O “choque de ordem” no Rio de Janeiro é um choque contra a pobreza visível. Em áreas mais ricas da cidade, o CHOQUE DE DESORDEM também é visível. A apropriação privada de áreas públicas não é de forma nenhuma questionada. Fecham-se ruas e o acesso dos cidadãos à orla da lagoa – que continua imunda, diga-se de passagem. Aliás, em sua maior parte a orla da lagoa foi totalmente apropriada por condomínios de alta renda. E as tais autoridades fingem que não vêem, o Ministério Público nada questiona.
A imagem abaixo mostra apenas um exemplo dessa apropriação ilegal de espaços e vias públicas na Barra da Tijuca – talvez mais grave, porque a rua Prefeito Dulcídio Cardoso deveria interligar-se à Avenida Ayrton Senna, aliviando bastante tráfego local – já que grande parte dos veículos não necessitaria de acessar ir de um ponto ao outro através da Avenida das Américas, em particular num de seus trechos mais escandalosamente engarrafados, que é o “Cebolão”.
Num país sério, a lagoa estaria limpa e com estruturas para recreação de todos os tipos – caminhadas, ciclovia, esportes de vela, remo, e até a chamada recreação de contato primário (natação). Mas que nada! Se é possível cafetinar por mais tempo o assunto, por que resolvê-lo? Ali não há casas de pobres a serem derrubadas – nem isso! Seria apenas o caso de abrir a rua pública… ao distinto público.
Omissão, conluio, conivência ou apenas incompetência mesmo?